13.8.05

Solidão (É Melhor Se Queimar Do Que Viver na)

Este post é só um recado, e o recado é o seguinte:

Eu podia dizer "avisei". É o que eu faço, mas dessa vez seria mentira - e isso é porque as pessoas mudam, as coisas mudam; só que é devagar, e, às vezes, demoramos a perceber. E o que penso hoje, é que se vaticínio da própria vida é fácil de fazer, é difícil de absorver: o que fazemos é sinalizar a nós mesmos o caminho que escolhemos e que, com muita freqüência, sabemos mais ou menos onde nos levará (embora esqueçamos no meio do caminho). O adágio "cuidado com o que desejas" é uma idiotice inadequada, que quer pôr certas escolhas como erros e outras como acertos, e fazer de toda realização, desgraça; se eu hoje olhasse para meu presente e dissesse, eis aí uma desgraça que me foi imposta, estaria mentindo. Não há desgraça, não há imposição, há esta escolha feita e cumprida em algum ponto, cujos sinais um dia me mostraram e soube ler.

Não olhemos, pois, os vaticínios com agouro e ódio - isto é não menos do que querer mal a si mesmo. Busquemos, ainda, os sinais, não mais para nos dizer o que será de nós, mas para que neles, nos vendo, possamos dizer: "isto sou eu!", e dizê-lo nos orgulhe.

Que não existem caminhos fáceis, só caminhos.

Há não tanto tempo, um caminho foi escolhido e sinalizado aqui; não vejo, agora, motivo nenhum para dele se desviar.