O Abismo de Narciso
Você tem que me ajudar, ele dizia, tem que me ajudar. Eu a matei, matei e o sangue não sai da minha roupa, o sangue não sai nem da minha mão e não vai sair nunca. Você já fez isso, você já esteve na minha pele, já matou, já falhou em proteger.
Sim, responde Philippo.
Já pecou.
Sim, responde Philippo.
E até hoje o arrependimento o persegue, o sangue não sai da sua roupa, ele chorava quase babando na roupa, na barba. Sim, eles eram irmãos de culpa, irmãos em sua miséria.
Philippo estendeu-lhe a mão para oferecer abrigo.
Mas o outro não levantou - puxou-o pelo braço e sacou da faca, rindo macabramente por debaixo dos trapos imundos.
Os piores abismos parecem espelhos.
Sim, responde Philippo.
Já pecou.
Sim, responde Philippo.
E até hoje o arrependimento o persegue, o sangue não sai da sua roupa, ele chorava quase babando na roupa, na barba. Sim, eles eram irmãos de culpa, irmãos em sua miséria.
Philippo estendeu-lhe a mão para oferecer abrigo.
Mas o outro não levantou - puxou-o pelo braço e sacou da faca, rindo macabramente por debaixo dos trapos imundos.
Os piores abismos parecem espelhos.
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